Pesquisadores utilizam a IA para desenvolver robôs companheiros para combater a epidemia de solidão
A última geração de robôs companheiros, equipados com programas avançados de IA, pode estabelecer conexões sociais mais fortes com os humanos em comparação com os modelos anteriores
Pesquisadores desenvolveram robôs companheiros alimentados por IA que têm o potencial para enfrentar a epidemia de solidão. Uma parte significativa da população global, estimada em cerca de um terço, experimenta um aumento da solidão e do isolamento social, levando a sérias consequências para a saúde, como doenças mentais, obesidade, demência e morte prematura. Robôs companheiros, como sugerido por um crescente corpo de pesquisa, podem ajudar a reduzir o estresse e a solidão, particularmente entre os indivíduos mais velhos, enquanto também promovem sua saúde e níveis de atividade dentro de suas casas.
A última geração de robôs companheiros, equipados com programas avançados de IA, pode estabelecer conexões sociais mais fortes com os humanos em comparação com os modelos anteriores. Ao aproveitar a tecnologia de IA generativa como o ChatGPT, esses robôs são capazes de se envolver em conversas espontâneas e até mesmo imitar as vozes de entes queridos falecidos, promovendo uma sensação de familiaridade e conexão emocional.
Elizabeth Broadbent, professora de Medicina Psicológica na Universidade de Auckland, Nova Zelândia, enfatizou o potencial da IA para aprimorar as habilidades sociais dos robôs companheiros. No entanto, ela destacou a importância de construir regras éticas e confiáveis em sua programação. Para abordar isso, pesquisadores de Auckland, Duke e Universidades de Cornell publicaram um estudo em Science Robotics, mapeando considerações éticas e instando as partes interessadas a desenvolver diretrizes para confiança, agência, engajamento e eficácia no mundo real.
O estudo também propõe um novo método de medir a eficácia dos robôs companheiros em fornecer assistência. Além disso, cita uma pesquisa com 307 provedores de cuidados em toda a Europa e os EUA, revelando que 69% dos médicos concordaram que os robôs sociais poderiam oferecer companhia, aliviar o isolamento e potencialmente melhorar a saúde mental dos pacientes. Além disso, 70% dos médicos acreditavam que as seguradoras deveriam cobrir o custo dos robôs companheiros se eles se provassem ser suplementos eficazes de amizade. No entanto, determinar como medir com precisão o impacto desses robôs permanece um desafio.
Os pesquisadores afirmaram que, com diretrizes éticas apropriadas, há potencial para utilizar robôs na criação de uma sociedade mais saudável. Embora os robôs companheiros não se destinem a substituir a verdadeira companhia humana, eles servem como ferramentas valiosas para melhorar o bem-estar e apoiar indivíduos que experimentam solidão. À medida que a pesquisa continua a avançar neste campo, robôs companheiros equipados com IA têm a capacidade de contribuir significativamente para combater a epidemia de solidão, enquanto enfatizam a importância de manter conexões humanas autênticas.